Do espaço para o Abade

Um pedaço de lixo espacial caiu num mangue próximo à praia do Areoá, a mais ou menos uma hora do porto do Abade, no município de Curuçá, em área acessível somente por barco. Um grupo de amigos estava pescando quando o técnico de refrigeração Francisco Carlos Paixão da Silva, de 47 anos, encontrou a peça e vários fragmentos, numa clareira de mais de 50 metros. Ele e mais cinco pessoas resgataram o objeto e o levaram para a casa dele, no município, onde Francisco pretende transformar os destroços em uma divertida atração para uma cidade que só tem mais movimento durante o Carnaval.

O fragmento pertence a algum equipamento espacial da Índia, mas ainda não se sabe a que tipo de veículo pertencia. A estimativa é de que a queda tenha ocorrido há pelo menos um mês, devido ao estado de corrosão e pela ferrugem apresentada por algumas peças, em consequência principalmente da água salgada. No material existe uma suástica desenhada, junto a frases escritas com pincel, em francês e inglês, traduzidas como “Boa Sorte” e “Obrigado por tudo”. Várias tipos de numeração podem ser percebidos, mas se encontram ilegíveis e pouco explicam sobre a origem, função ou data de lançamento do equipamento.

Como a área tem alta incidência de relâmpagos e trovoadas, além do mangue macio, ninguém da comunidade de pescadores da área relatou ter ouvido o barulho da queda do pedaço de lixo espacial.

“Fui pro mato, no domingo, durante a pescaria, e vi a peça, bem dentro do mangue. Achei primeiro que fosse uma cobra. Depois fui ver de perto e foi quando pensei ser um navio ou avião. Chamei todo mundo e vimos que era uma peça de espaçonave, foguete, sei lá”, explicou Francisco. Os amigos se uniram na tarefa de carregar e levar o achado para a casa do técnico.

Curuçá, Pará, Brasil.
Foto Tarso Sarraf
19/05/2015

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