Uma coisa é defender a Amazônia sentado à frente de um poderoso computador conectado com satélites e bancos de dados. Outra é combater os que destroem a região em campo – um verdadeiro campo de batalha. Raros dos milhares de migrantes que chegam à região todos os anos se instala com uma formação sobre o que é realmente a Amazônia e o que constitui a sua singularidade e vantagem: a biodiversidade de vida, ser uma biblioteca biológica, um acervo de riqueza natural.
O pioneiro quer botar a mata abaixo para extrair madeira, abrir clareira, plantar e se sentir “em casa”. Ele vem de um Brasil que destrói florestas e acha que deve ser assim na maior floresta tropical que ainda existe no planeta. Vem para trabalhar duro conforme essa premissa, ter lucro o mais rápido possível e moldar o novo mundo à sua imagem e semelhança. Fica furioso se é contrariado. Não admite contestação ao seu direito de precursor.
O que se segue é o relato de um integrante da equipe do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) sobre a emboscada sofrida no município do Trairão, no sudeste do Pará, no dia 19. Parece uma descrição de batalha numa guerra feroz. Reproduzi na íntegra o texto, tal como foi escrito, para manter a emoção do autor.
Desde ontem estamos bem. Mas a barra pesou para a minha equipe (06 Analistas e 10 PM do BOPE/TÁTICO do Pará armados até os dentes) no dia 19/08 sábado por volta da 19:40 hs. Seguindo informação coletada pelo helicóptero, ao entrar num ramal deparamos com 05 caminhões carregados de tora de angelim vermelho saindo do interior da FLONA ITAITUBA1.
Leia na íntegra no link abaixo
O depoimento publicado por Lúcio Flávio Pinto, compartilhado acima, me lembrou a operação Arco de Fogo em Tailândia, sul do Pará, em 2008.
A mesma prática que explora destrói o meio ambiente deixando em seu rastro, miséria e exclusão social se mantém avançando na linha do tempo da história.
* A imagem de capa Operação Ibama e Greenpeace Uruará, 2001
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