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A história do Zo’é

Foto e texto André Dusek
  A minha melhor foto foi feita em 1989. Eu fui com a repórter Eliana Lucena pelo jornal O Estado de São Paulo acompanhar uma equipe da FUNAI numa missão de emergência na região do Rio Cuminapanema, no norte do Pará. Lá existia uma aldeia de índios isolados, chamados Zoés, que a FUNAI sabia da existência e da localização, mas preferia manter aqueles índios isolados, vivendo a sua vida tranqüila, sem o infortúnio da convivência com o homem branco. Entretanto, um grupo de missionários evangélicos de uma ONG chamada New Tribes (Novas Tribos) entrou em contato com esses índios sem a autorização da FUNAI e o que todos temiam aconteceu: Os Zoés que nunca haviam se encontrado com o homem branco e não possuíam os anticorpos das doenças modernas, começaram a adoecer. A FUNAI enviou uma equipe de médicos, enfermeiros e mateiros chefiados pelo indigenista Sidney Possuelo.

Comunidade  dos índios Zoé's.  Oriximiná, Pará, Brasil. Foto André Dusek

Além do Estadão, havia uma equipe fazendo reportagem para uma TV Alemã. Descemos de helicóptero em cima de uma plantação de mandioca. Fomos muito bem recebidos, os Zoés estavam muito tranqüilos e simpáticos apesar de termos chegado do céu e estragado toda a plantação de mandioca. Eles andavam nus e falavam tupi. Senti-me um português chegando ao Brasil em 1500.
Um dia eu e o cinegrafista Gustavo Hadba, que filmava para TV Alemã, acompanhamos um índio que entrou no mato para caçar. Ele levava um arco e duas flechas.  No momento em que ele foi atirar a flecha, como ele estava nu, não tinha aonde colocar a segunda flecha e a colocou entre as pernas. Fiz varias fotos. Além de plasticamente bonita, a foto ficou no mínimo engraçada, pois a primeira impressão que se tem é que a flecha está enfiada e não apenas colocada entre as pernas. Uma observação mais atenta vê a ponta saindo pela frente do índio. Essa foto sempre foi muito polêmica e desperta a curiosidade de todos que a vêem.
Sobre >>   André Dusek

Território Zo’é

Os Zo’é entraram para a história como um dos últimos povos “intactos” na Amazônia. Seu contato com missionários protestantes norte­americanos e com sertanistas da Funai foi largamente noticiado pela mídia, que em 1989 divulgou as primeiras imagens deste povo tupi, até então vivendo uma situação de isolamento.
A Funai tinha conhecimento da existência do grupo desde pelo menos o início dos anos 70, quando procedeu ao levantamento dos grupos isolados que estavam na rota da construção da rodovia Perimetral Norte (BR­210). Na época, o contato com o grupo do Cuminapanema foi planejado, mas a interrupção das obras da Perimetral levaram a Funai a desistir do contato.
Ler mais >> Instituto Socioambiental
Ensaio Beto Barata
O fotógrafo Beto Barata iniciou sua carreira em 1996 como estagiário do depto. fotográfico do jornal Correio Braziliense. Nestes dezenove anos de profissão atuou nas redações dos jornais The Brazilians (EUA) e Folha de S. Paulo (Sucursal Brasilia), na revista Isto é Gente e nas agências Eclipse Photo Agency (EUA), Photoagência e Associated Press (EUA). Em 2001 foi contratado pelo jornal O Estado de S. Paulo aonde permaneceu até o ano de 2013, tendo atuado tanto na sede em São Paulo como na sucursal Brasília. Em 2010 foi convidado a fazer parte do acervo permanente da galeria de fotografias Fine Art, A Casa da Luz Vermelha, de propriedade do fotógrafo Kazuo Okubo. Atualmente faz trabalhos – Free Lancer – para várias agências e publicações nacionais e internacionais. Em 2009 tornou-se mergulhador PADI de nível avançado com especialização em Nitrox e Fotografia Subaquática.

Mais  Zo’é do Beto Barata  >> Acervo H

Sangue dos Yanomami volta ao Brasil

Amostras que estavam nos Estados Unidos serão devolvidas em celebração nesta sexta-feira, 3 de abril, na aldeia Piaú/AM, com a presença de autoridades do Ministério Público Federal, Itamaraty e Funai.

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) está organizando a devolução do sangue que foi coletado nos anos 1960 e 1970 por pesquisadores americanos e levado para os Estados Unidos sem o consentimento do povo Yanomami. A aldeia escolhida para celebração fica na região do Toototobi, Amazonas, onde se concentra boa parte das pessoas que teve seu sangue coletado. Durante a cerimônia haverá um ritual funerário com as amostras de sangue dos Yanomami que não estão mais vivos.
Ler mais >> Sangue dos Yanomami volta ao Brasil após mais de 40 anos
Fonte: Instituto Socioambiental-ISA e Programa: Rio Negro
Os Yanomami                

Reportagem Odair Leal.